Doação de Sangue: Posição do Brasil em relação aos paises da América Latina e Caribe
- Emanuel Porangaba
- 24 de jun.
- 2 min de leitura
A taxa de doação de sangue é um indicador importante para garantir o acesso a sangue seguro e suficiente para transfusões, que são essenciais para procedimentos médicos e cirúrgicos.
Uma análise da taxa de doação nos países da América Latina e do Caribe, no ano de 2023, revela que o Brasil ocupa uma posição apenas intermediária entre eles, ao considerarmos os dados de doação por 1.000 habitantes, como demostra o gráfico abaixo:

Países como Argentina, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Paraguai e Uruguai têm taxas de doação que, em certos casos, ultrapassam consideravelmente as do Brasil. Essa situação destaca a necessidade de promover uma maior conscientização entre a população sobre a importância da doação de sangue.
Os dados apresentados fazem parte do relatório "Acceso a sangre para transfusión en países de América Latina y el Caribe 2023" publicado pela OPAS - Organização Panamerica de Saúde, podendo ser encontrado no seguinte link:
Mesmo reconhecendo as diferenças culturais que afetam a percepção da população sobre a doação de sangue, os dados da Europa mostram o quanto ainda estamos longe de alcançar esse objetivo. Paises como Grécia e Itália já ultrapassam a marca de 50 doações de sangue para cada 1.000 habitantes.

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Segundo a OPAS, a taxa de doação de sangue por 1.000 pessoas é de 32,6 em países de alta renda, 15,1 em países de renda média-alta, 8,1 em países de renda média-baixa e 4,4 em países de baixa renda, como pode ser observado no relatório abaixo: https://www.paho.org/pt/topicos/sangue#:~:text=A%20taxa%20de%20doa%C3%A7%C3%A3o%20de,em%20pa%C3%ADses%20de%20baixa%20renda.
Analisando os dados apresentados pela OPAS, o Brasil se posiciona precisamente dentro da categoria de países de renda média-alta. No entanto, isso não indica que essa porcentagem atenda com excelência à demanda transfusional no país.
Um dos fatores que contribui para a falta de aumentos significativos na taxa de doação no Brasil é a quantidade ainda considerável de doadores de reposição (em torno de 38%). Essas são as pessoas que costumam doar apenas quando um amigo ou familiar necessita de sangue para uma transfusão em algum serviço de saúde, e que, raramente, retornam ao serviço de hemoterapia para realizar uma nova doação:

É essencial um investimento cada vez maior e contínuo através de campanhas públicas e educação nas escolas, para assegurar que as pessoas compreendam a importância e se sintam motivadas a doar sangue de forma regular.
REFERÊNCIAS:
OPAS/OMS - Organização Panamericana de Saúde
EBA - European Blood Aliance
HEMOPROD/ANVISA - Sistema de Informação de Produção Hemoterápica
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